quarta-feira, 15 de maio de 2013

Mais um aniversário

Mais um ano de vida que se completou e mais outro que se inicia!
Há 55 anos que vi pela primeira vez a luz do dia, para mais uma vida, aqui deste lado.
Impossível não sentir falta daquele primeiro abraço e daquele primeiro beijo, com que durante tantos anos me vi desperta... mais até que do aroma das flores com que era presenteada... 
O primeiro sentimento que me chega do coração, é de uma imensa e tão dolorosa saudade...
 Não é de agora, mas este dia quase sempre me deixou  meio nostálgica e com vontade de entrar em balanço.
Porém desde há um tempo para cá, deixei de me incriminar por não ter feito aquilo que queria, ou devia, ou como devia...
Aprendi a ser mais condescendente comigo mesma, a aceitar-me com as minhas qualidades, defeitos e inseguranças.
Aprendi a amar-me e a mimar-me da maneira que sei ou posso.
Aprendi a aceitar aquilo que não chega à minha mão, apesar de todo o meu empenho, simplesmente porque não depende de mim e da minha vontade.
Aprendi a reconfortar-me com as belezas da natureza e com o amor que continua  a fervilhar dentro de mim e que posso partilhar com os meus e com tantos outros que dele estão sedentos.
Aprendi a não esquecer que cada minuto é único e que a ideia de que podemos recuperar o tempo perdido, é pura ilusão.
Hoje tenho consciência que o meu tempo para aqui ficar é limitado, pelo que não posso desperdiçá-lo.
Após estes 55 anos de vida, posso ter muitas dúvidas, mas tenho uma certeza inabalável: Quero que no meu coração reine a Paz e a Alegria. 
Quero que o Amor não deixe de brotar do meu interior profundo. 
Quero que os meus lábios não se cansem de sorrir.
 Quero que as minhas mãos não se cansem de se abrir em dádivas de afeto. 
Quero que os meus braços estejam sempre prontos para dar abraços a quem os quiser receber.
 E já agora, porque não, quero continuar a sonhar, mesmo que sejam sonhos pequenos cuja concretização apenas dependa de mim e daquilo que Deus, a Vida ou o Universo me destinarem.
E assim seguirei, de alma limpa de mágoas e rancores, vivendo um dia de cada vez, esta diferente forma de felicidade que acabei de descobrir.
E nos momentos em que isso não me bastar, em que surgir a tentação de desejar  a outra forma de felicidade que já vivi, haverá sempre o céu para olhar, papéis amarelecidos pelo tempo para rever e o baú de todas as recordações que estará sempre dentro de mim. 
Esses serão momentos em que cederei à tentação de acreditar que a felicidade vem de fora para dentro, mas que serão passajeiros... Virá sempre a luz de um novo dia e o Sol acabará sempre por voltar a brilhar no meu coração. 


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