terça-feira, 30 de abril de 2013

Benzedura de Mau Olhado

Andei a pesquisar acerca da Benzedura do Mau Olhado e descobri várias orações e procedimentos diferentes.
Há quem benza sem usar água nem gotas de azeite. É o caso da D. Idália.

Versão 1

E Jesus que é o santo nome de Jesus, onde está o santo nome de Jesus não está mal nenhum. E Jesus é credo, credo é Deus. Se é um olhado, Idália (nome da pessoa que se quer benzer) benza-me Deus. Eu me benzo Idália do olhado. 2 olhos me olharam mal, 3 me hão-de olhar bem. Em louvor da Virgem Maria, com 1 Pai Nosso e 1 Avém Maria. Amén.

Depois reza-se 1 Pai Nosso e 1 Avém Maria. 
Pode repetir-se 3 ou 5 vezes.

 Versão 2

Arranja-se um prato com água. A pessoa que vai fazer a benzedura, benze-se e passando as mãos em cruz sobre a água vai dizendo:

Jesus é verbo, (ou Deus é verbo), verbo é Deus, se ..... (nome da pessoa) tem olhado, benza-a Deus. 2 olhos a olharam mal, 3 hão-de olhar bem, que é o Pai, o Filho e o Espírito Santo, Amén.  Em louvor da Virgem Maria, reza-se 1 Pai Nosso e 1 Avém Maria.

Depois deitam-se 3 ou 5 gotas de azeite na água. Houve quem dissesse que se podiam deitar 9 gotas.
O importante é ser número ímpar.
Se as gotas espalharem é porque a pessoa tem mau olhado.
Depois há quem repita a benzedura o mesmo número de vezes consoante o nº de gotas de azeite. Neste caso há quem use sempre a mesma água e quem mude a água.
Há também quem coloque no prato 2 paus em cruz. Há quem faça a cruz com 2 pauzinhos de oliveira.

No final reza-se 1 Pai Nosso e 1 Avém Maria.

Versão 3

Eu te benzo .... (nome) desta Lua, deste olhado, deste mal que tens assombrado. 
Se isto é olhado, que tire Deus. Jesus benza-te Deus.

Versão 4


Jesus que é Santo nome de Jesus, onde está o santo nome de Jesus, não entra mal nenhum. 
Eu te benzo criatura do olhado. Se for na cabeça,  a Senhora Santa Teresa, se for na cara, a Senhora de Santa Clara, se for nos braços, o Senhor de S. Marcos e se for nas costas, as Senhoras das Verónicas e se for no corpo, o meu Senhor Jesus Cristo que tem o poder todo. 
Sant´Ana pariu a Virgem.  Meu Senhor Jesus Cristo e assim como isto é verdade, este olhado daqui tirado para as ondas do mar, seja lançado, para onde não ouça galos nem galinhas cantar. Em louvor de Deus e da Virgem maria, Padre Nosso e Avém Maria. 

(recolha feita em 2004)
 
Numa coisa estão todas de acordo. A água da benzedura não se pode deitar para sítio onde possa ser pisada, por isso não deve ser deitada para a rua. Costumam deitar pela pia.

A versão que aprendi com a minha mãe, foi a nº2.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Cantigas


Moreninha Alentejana

Moreninha alentejana
quem te fez morena assim?
Foi o Sol da Primavera
que caíu sobre mim.
Que caíu sobre mim
e eu andava ceifando o trigo.
Moreninha alentejana
eu quero casar contigo.

Porque não casas comigo?
Porque não casas com ela?
Quem te fez morena assim,
foi o Sol da Primavera.

(Recordação da D. Idália e D. Engrácia)

Trigueirinha

Chamaste-me trigueirinha
Eu de nascença não sou.
Isto é de andar à farinha
foi o Sol que me crestou. (recolhida num livro)

Chamaste-me trigueirinha,
isto é do pó da eira.
Hás-de-me ver no domingo
como  a rosa na roseira  (D. Idália)

Chamaste-me trigueirinha,
eu não me escandalizei.
Trigueirinha é a pimenta
e vai à mesa do rei.   (D. Maria Guerreira)

Lembrança da D. Inacinha de Colos


Parreiras dão uvas,
silvas dão amoras,
bebé há-de vir,
quando forem horas.

Quando forem horas,
bebé há-de vir,
cantar e bailar,
p´ra me divertir.

D. Inácia do Lar de Colos


domingo, 28 de abril de 2013

Mezinhas antigas (cont.)

Mezinhas com mel

 - De manhã tomar uma colher de mel (rouquidão)

- Aquecer leite e juntar uma colher de mel. Beber quentinho ao deitar. (constipação e rouquidão)

- Cortar cenouras às rodelas  e cobrir com umas colheres de mel, Depois tomar ao longo do dia. (tosse)

- Cortar limão às rodelas e cobrir com algumas colheres de mel. Esmagar o limão e tomar ao longo do dia. (garganta inflamada)

- Uma colher de mel diluída num copo de água morna. Tomar em jejum. (melhora o funcionamento intestinal)

Xaropes

Xarope de limão com açúcar amarelo: 
Corta-se um limão aos bocadinhos ou coloca-se inteiro e espeta-se todo com um garfo. Junta-se meio litro de água e umas colheres (?) de açúcar marelo. Vai ao lume e deixa-se ferver até ficar por metade. Depois de frio toma-se às colheres. (Bom para tosse e constipação)

Xarope de pinhas mansas novas e figos secos ou apenas com as pinhas: Coze-se tudo em  meio litro de água e açúcar amarelo, até o líquido ficar grosso. Toma-se às colheres.  (Bom para tosse)

Rogo de amora silvestre: Cozem-se as amoras em meio litro de água com  açúcar amarelo e casca de limão. Quando estiverem cozidas esmagam-se com um garfo (eu desfaço com a varinha mágica) e deixa-se apurar até ficar grosso. Toma-se às colheres. ( Bom para inflamação da garganta)

Nota: Em relação às quantidades de açúcar, nunca me foram dadas as quantidades exactas. Apenas me diziam que« tinha que ficar docinho», de modo que quando faço algumas delas, tenho que provar e vou colocando até adoçar o suficiente.

Mezinhas antigas

Chá de ferrugem: Põe-se 1 colher de ferrugem da chaminé num pano e deita-se água a ferver. Depois quando estiver quase frio, bebem-se 3 goles.
É bom para as dores.

Pão torrado: Com o pão torrado, vinagre quente e vinagre de cidra, faz-se uma papa. Põe-se quente na parte onde dói.
Alivia as dores. 

Mezinha com nozes: Misturam-se nozes muito bem esmagadas com 1 gema de ovo. Bate-se muito bem. Toma-se uma colher de manhã em jejum.
É bom para a fraqueza.

Chás


Chá de flor de tojo e carqueja: Bom para rins e bexiga

Chá de rabos de zorra: Bom para a diarreia

Chá de erva cidreira e 3 ou 5 folhas de oliveira. Tomar todos os dias em jejum. É  bom para quem sofre de hipertensão arterial

Chá de cebola e brasas: Tiram-se as folhas secas e cozem-se as folhas da cebola que se seguem. Depois deita-se açúcar amarelo sobre as brasas e tapa-se. Quando o açúcar estiver queimado deita-se sobre ele o chá da cebola. Passa-se por um pano e bebe-se quentinho ao deitar.
É bom para tosse e constipações. 

Chá de folhas secas de cebola: Bom para rouquidão e tosse

Chá da cinza: Bom para rouquidão e tosse

Chá de tília, ou de erva cidreira ou de flor de laranjeira: São calmantes 

Chá com pés de cereja, barbas de milho e linhaça (boneca de linhaça em grão): Ferve-se tudo junto e vai-se bebendo ao longo do dia.
É bom para os rins e bexiga

Chá de poejos: Faz-se o chá e depois adoça-se com rebuçados de mentol.  É bom para constipações

Oração a Santo António II

Oração a Santo António

Bento António, Santo de Pádua que vosso pai e mãe guardastes e vosso pai livrastes de todas as causas. As perdidas achastes, as esquecidas lembrastes, assim meu gloriosos Santo António, pelo hábito que vestistes, pelo cordão que cingistes, pelas alpercatas que calcastes, pela missa nova que dissestes, pelo breviário que rezastes, pela hóstia e cálice que levantastes, pelo Deus que nele vistes e vós lhe perguntastes qual foi a maior dor que tinha sentido e que vos disse que foi a lançada que lhe deu São Longuinho, que em três partes lhe partiu o coração. Meu glorioso Santo António, por tudo isto vos suplico. Pelas ondas do mar partistes, para livrar o vosso pai da forca em Lisboa. Assim como vós não dormistes nem descansastes enquanto não livrastes o vosso pai da forca, assim não dormireis nem descansareis enquanto não me fizesdes o que vos peço.

Reza-se um Padre Nosso e uma Avé-Maria e pede-se o que se deseja. 

Oração que a minha mãe tinha guardado e que ela costumava rezar com muita devoção, para pedir alguma graça ou quando não encontrávamos alguma coisa.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

O que espero da vida

Ao longo do meu percurso pela estrada da vida, já passei por várias fases!
Já tive muitos sonhos e desejos de conquista. Por eles lutei com toda a força que encontrei e não descansei enquanto os não atingi.
A vida sempre me amparou as quedas e aguçou o ânimo para lá chegar. 
Depois passei pela fase em que os sonhos e os objectivos fugiram do meu céu, tal como fugiram o Sol, a Lua, as estrelas, os sons e os aromas.
Nesse período, se o que eu desejava dia após dia se podia chamar sonho, era um bem triste que se fortalecia a cada adormecer e que logo que a luz raiava, se transformava num desejo não concretizado.
Mas como hoje bem sei, tudo passa... e esse período negro também passou... 
Não sei qual foi o dia, ou melhor dizendo o momento em que voltei a sonhar e  a desejar chegar a algum lado... ou a desejar voltar a sentir alegria e felicidade no coração.
Com o entusiasmo de quem volta  a sonhar após tanto tempo de letargia, achei que devia procurar algures,  alguma coisa que me voltasse a fazer feliz. 
Um dia emprestaram-me um livro que dizia: A felicidade está dentro de nós. Nada nem ninguém nos poderá fazer felizes. A felicidade vem de dentro para fora.
Não entendi... Coisa estranha! 
Fui seguindo o meu caminho e fui-me dando conta de que a insatisfação, a ansiedade e a angústia começaram a ser minhas companheiras quase inseparáveis.
Apesar de parecer ter tudo, muitas vezes sentia que nada tinha... a tristeza e a infelicidade batiam-me à porta frequentemente... 
Foi aí, que sem nada fazer, começaram a chegar até mim várias leituras que me fizeram abrir para a verdadeira realidade, ou melhor dizendo, para a busca da verdade.
Li, meditei e estou a aprender coisas fantásticas! Estou a aprender a conhecer-me, a olhar para dentro de mim, a vigiar os meus pensamentos e as minhas emoções, a acalmar a mente e a ficar livre para observar, escutar, sentir e ter pensamentos conscientes.
Não estarei livre de me sentir triste por situações da vida, mas sei que vai passar... nada dura para sempre... Aprendi também a aceitar e a não oferecer resistência quando os outros me magoam. Digo para mim: Está bem, cada um é como é, mas eu não quero isto para mim. Sigo em paz e se for necessário, liberto-me  dessa situação, mas deixando-a ir sem mágoas...
Quando algo me dói, procuro o campo ou o mar  e respiro bem fundo. Não há pensamento mau que resista a uma boa respiração. 
Até posso chorar, mas observo-me por dentro e vejo o que estou a fazer ou a sentir. Pouco tempo depois passa a dor e vem a paz.
Hoje deixei de ter objectivos definidos. Confio na vida e a única coisa que desejo é que tenha sabedoria para entender as suas mensagens. 
Acredito que se ela não me deixa seguir por um caminho, é porque talvez ele não seja o melhor para mim.
Agradeço muitas vezes tudo aquilo que consigo e não faço pedidos, porque não sei se o que porventura me parece querer, será o mais acertado. 
Hoje agradeço sempre que me deixo encantar quando contemplo a natureza ou quando estou com aqueles que me são queridos, porque a alegria e a esta nova forma de felicidade são indescritíveis. 
Agradeço acima de tudo pela capacidade de amar que se mantém em mim, que é abrangente, porque o verdadeiro amor, é o sentimento mais puro que pode existir no nosso coração.


quarta-feira, 24 de abril de 2013

Actividades do dia 23 de Abril (cont.)

Ontem à tarde dediquei-me um pouco aos meus meninos do lar de Colos! 
Quando cheguei a sala estava cheia e claro está que fiquei encantada! 
Comecei por lhes ler uns contos tradicionais, mas tive que mudar de estratégia, porque com o calor que estava, havia muita gente com carinha de sono e outros a dormitar. 
Claro que não pensei que era porque não ligavam aos contos, mas porque se estavam a deixar embalar na sua magia...
Então para espevitar toda a gente, passámos às cantigas. Cantámos várias modinhas e  algumas meninas recordaram alguns versinhos para as completar. Toda a gente despertou e até o amigo António Manuel cantou a sua cantiga preferida. 
Depois foi tempo para actualizarmos as nossas fotografias. Tivemos então um momento de reportagem fotográfica, em grupo e individual.
Quando chegou às fotografias individuais, não foi de qualquer maneira, toda a gente se aperaltou, saltaram lenços e bonés, ajeitaram-se casacos, blusas e colares... e os cabelos das meninas...
Depois quiseram ver e se não estavam à vontade, queriam outra... Foi muito alegre este momento...


A 2ª parte foi o momento da Actividade Física!
O grupo estava bem grande! Parece que consegui cativar aqueles meninos e eles estão a gostar da actividade.
Trabalhámos também com bolas e realizámos mais exercícios de pé do que o habitual. Noto que ficam contentes quando conseguem realizar os exercícios.
Eu, para dar assistência a toda aquela gente, tenho que andar de um lado para o outro, porque uns não ouvem bem, outros não vêem... outros não conseguem fazer sozinhos... mas quando se faz de gosto, nada custa.
As fotos dos atletas ficarão para outro dia, pois não estou a conseguir carregá-las, não sei porquê...

Actividades do dia 23 de Abril

Ontem foi mais um dia de dar um pouquinho de mim!
De manhã estive  a orientar a Actividade Física no Centro de Dia. Apesar de faltarem alguns elementos, o grupo manteve-se animado e bem activo.
Trabalhámos com bolas. Foram introduzidos alguns exercícios novos quer de pé, quer sentados.
Voltei a ter apenas 1 elemento masculino, porque o outro amigo adoeceu... Mas há-de melhorar!



sexta-feira, 19 de abril de 2013

Recordações de Primavera (cont.)

Esta tarde estive no Centro de Dia para mais uma visitinha.
As minhas meninas estavam bem dispostas! Acho que já estavam com saudades minhas, porque já havia 2 semanas que apenas lá ia para a aula de Actividade Física. 
Depois da conversinha individual li-lhes o conto que tinha lido em Colos - "O Alfaitezinho Valente", de que também gostaram.
De seguida propus-lhes conversarmos sobre a Primavera e das recordações que tinham do seu tempo de moças novas. 
Recordaram que aos Domingos costumavam ir em grupos até à Mandorelha. Levavam lanche e lanchavam lá. Os "moços" juntavam-se também uns com os outros e iam lá ter. Todos juntos faziam a festa: pulavam, cantavam e dançavam. Ao fim da tarde vinham todos juntos, cantando pelo caminho. 
No dia de Maio não costumavam trabalhar e iam também para a Mandorelha para se divertirem. 
Contaram também que neste dia, antes do nascer do Sol, costumavam ir com algumas amigas, pelo campo para apanharem flores para mezinhas.Costumavam apanhar flores de carqueja, tojo, esteva, rosas, papoilas, candeio da oliveira( flor) ...
Falaram-me também em alguns hábitos que tinham pelos Santos Populares que eu desconhecia completamente, mas essa matéria ficará para as proximidades dessa festas. 
Em relação ao vestuário, disseram-me que não variava muito de estação para estação, para a maioria das pessoas. Consistia nos vestidinhos de chita, às bolinhas ou flores. Algumas raparigas andavam descalças, outras usavam alpercatas e tinham uns sapatinhos de cabedal para os domingos e dias de festa. 
Voltaram a frisar em como as pessoas eram alegres nesse tempo. Trabalhavam de sol a sol e apesar disso iam a cantar para o trabalho, cantavam enquanto trabalhavam e vinham a cantar pelo caminho até casa. 
Dizem elas:
- « Não tínhamos quase nada, mas havia alegria e hoje as pessoas têm tudo e ninguém tem alegria. » 
Eu ouço-as dizer isto, vezes sem conta, tanto aqui como em Colos e fico sempre  a reflectir sobre o assunto. Muitas vezes pensei que antigamente as pessoas eram inconscientes e acomodadas à sua miséria. 
Mas será mesmo isso? Ou será que elas se contentavam com as pequenas coisas e hoje nós estamos sempre insatisfeitos a querer ter sempre algo mais... Não sei...

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Perto de Céu

Há dias senti-me mais perto do Céu do que nunca!
Vi-me ali tão acima que me parecia que se esticasse bem os braços poderia tocar as nuvens. Tudo à minha volta era belo mas o meu peito começou a ficar pequeno, cada vez mais pequeno...
Olhei para dentro de mim para saber de onde vinha aquela inquietude que me comprimia o coração.
Qual a sua origem? Ali perante aquela imensa beleza, só poderia sentir uma alegria infinita... mas não, ao contrário, o brilho que sentia no olhar era de lágrimas contidas.
Logo a resposta chegou até mim, fazendo doer mais do que aquela sensação estranha que ameaçava consumir-me.
Desde há muito que é assim, perante a beleza ou  a desgraça, falta com quem partilhar. Falta a mão, o ombro, o olhar, os lábios a sorrir, o riso e a gargalhada... falta tudo... 
Agora sabia a razão pela qual tamanha beleza me estava a deixar assim... triste e perdida... 
Olhei mais fundo, fui o mais fundo que consegui, socorrendo-me do melhor remédio que é o ar a penetrar até onde der chegado. Então consegui voltar ao momento presente e vê-lo sob outro prisma.
Olhei em volta e dando asas ao meu coração sonhador, contemplei aquelas montanhas e subindo o olhar, fui para além das nuvens, não parando de subir até onde imaginei que deixaria de estar sozinha. 
E nesse reino encantado encontrei tudo aquilo que me faltava e em silêncio pude finalmente encontrar com quem partilhar toda a beleza que me rodeava. Partilhei-a com ele, que é hoje o meu amigo do Céu. Ele que estará sempre à minha espera para me lavar as tristezas e as dores, para me deixar partilhar os bons e os maus momentos. 
E sentindo tudo isto, o brilho das lágrimas contidas converteu-se em luz e voltei a sentir a tal estranha forma de alegria e felicidade que nos momentos em que eu me entrego às belezas da natureza, sempre me inunda o coração e a alma.
A paz lavou a minha alma, olhei para cima e com um sorriso despedi-me mais uma vez.
 Depois olhei em frente e preparei-me para continuar a minha caminhada, de peito aberto à vida e àquilo que ela tiver à minha espera. 






Actividades de dia 16 de Abril no Lar de Colos

Da parte da tarde de Terça-Feira desloquei-me ao Lar de Colos. 
A primeira parte é sempre de conversa. Como sempre perguntaram pelo meu netinho e também quiseram logo saber se o meu passeio tinha  corrido bem. Acabei por lhes fazer um pequeno relato e elas também me contaram sobre as suas actividades, estado de saúde e outras coisas de que cada uma se foi lembrando. 
Desta vez havia na sala, vários elementos do sexo masculino, o que normalmente só acontece ao fim da tarde.
Comecámos pela leitura do conto " O Alfaiatezinho Valente", que embora extenso, gostaram muito. Ao longo da leitura, como é habitual, fui deixando lacunas que vão sendo preenchidas, para trabalhar a capacidade de concentração.
O resto do tempo da 1ª parte parte foi ocupado com a recolha de lembranças sobre a Primavera. 
Na 2ª parte orientei a aula de Actividade Física em que voltámos a utilizar as bolas, porque ainda não tenho garrafas suficientes para este grupo. Conto na próxima semana já ter solucionada esta situação. 
Tendo em conta que este material é o mais leve e por isso mais fácil de utilizar, introduzi alguns exercícios novos, para aumentar o grau de dificuldade. 
O resultado foi bastante satisfatório, já que apenas 1 dos meninos, que está no Lar apenas há 2 semanas, manifestou alguma dificuldade na sua execução. 
Neste dia não cheguei a desenvolver actividades no 1ºandar. Para que o "trabalho" neste espaço resulte minimamente, a energia e o estado de espírito têm que estar nos píncaros, o que não estava a acontecer neste dia. E como não se pode dar o que não se tem, decidi deixar para a próxima. 




Actividades do dia 16 de Abril no Centro de Dia

A passada Terça-Feira foi dia de azáfama!
Ainda a meio gás, não quis deixar de comparecer aos meus "afazeres" habituais, até porque se o não fizesse, haveria logo muito gente preocupada comigo.
No Centro de Dia decorreu a aula de Actividade Física em que voltei  a utilizar as garrafas de água. Desta vez a maioria do grupo, realizou os exercícios com  as garrafas cheias, só em alguns casos pontuais, as mantive meias de água. 
Correu muito bem e não houve queixas de cansaço. Introduzi 1 exercício novo, que exigia um pouco mais de esforço, pelo que pensei fazê-lo apenas 10 vezes. Quando ia passar para outro, houve quem dissesse que ainda faltavam mais 10. Achei graça e perguntei se não lhes tinha custado. Houve quem dissesse que não e houve quem dissesse que o que custa é que Deus agradece... 
Então propus a repetição para quem quisesse. Resultado: todos repetiram! Eu fiquei admirada, porque até a mim me custou um pouco.
Estes atletas, estão cada vez mais em forma! Daqui a pouco, superam a "professora"! 
Aqui fica um pequeno registo fotográfico, porque desta vez não tive auxiliar para fotografar e acumular as funções de orientadora e fotógrafa, não é fácil.


Recordações de Primavera

Quando estive em Colos lancei como tema de conversa - Recordações da Primavera de outros tempos.
Muitas das minhas meninas, não tinham grandes lembranças, apenas se recordavam dos trabalhos que faziam no campo. 
A Primavera era o tempo em que terminavam a monda, de cavar batatas e feijão, de semear ervilhas... 
Recordaram a Quinta- Feira de Ascensão em que costumavam ir apanhar a espiga, bem como outras flores do campo: papoilas vermelhas e brancas, martunhos, carqueja, alecrim, flor de laranjeira, rosas do campo, urze, macelas, rosmaninho...
Normalmente iam em pequenos grupos apanhar as plantas pelo campo.
A D. Idália recordou uma quadra ilustrativa deste dia, que explica porque razão era hábito apanhar todas essas plantas/flores do campo. Dizia-se que todas as plantas apanhadas neste dia eram boas para mezinhas. Chegavam a ter os ramos de um ano para o outro, porque apanhavam muitas flores.

Quinta-Feira de Ascensão
toda a flor tem virtude.
Excessos para queimar,
queria fazer mas não pude. 

Lembraram também os colares de "pampilhos" amarelos e brancos que costumavam fazer quando eram mais pequenas, que as deixavam muito vaidosas. Apanhavam as flores e com uma agulha e linha iam passando pelas flores, fazendo assim um colar.

No dia 1 de Maio, era hábito os patrões sairem para o campo, em carros de parelha, para lugares perto das ribeiras e aí passarem o dia com a família. 
Algumas pessoas, embora poucas, também iam em burros, para o campo e levavam farnel para lanchar. 
Ainda não tive oportunidade de fazer a recolha no Centro de Dia, mas certamente não haverá muito mais  a dizer. Se surgirem relatos diferentes deixarei aqui esse testemunho. 





segunda-feira, 8 de abril de 2013

Actividades da Semana Anterior

Que me desculpem, os amigos que regularmente visitam o meu blog. Já há dias que por aqui não passava... 
Na semana passada a minha actividade foi um pouco reduzida, devido a agradáveis afazeres familiares.
No Centro de Dia estive apenas na Terça-Feira para a Actividade Física, que como sempre decorreu num ambiente de alegria  e descontracção.
 Lamento não ter registos fotográficos, mas a máquina ficou esquecida.
As Actividades em Colos também decorreram como habitual, embora o tempo tenha sido mais reduzido do que acontece normalmente.
Apesar disso houve espaço para a Hora do Conto, os exercícios de treino da memorização de poesias e lengalengas e o Jogo dos Provérbios.
Na 2ª parte houve a Actividade Física, com a sala cheia, o que é sempre motivo de grande alegria.