terça-feira, 25 de setembro de 2012

Intolerância

Desde ontem que este tema não me sai da cabeça. Há tantas pessoas intolerantes... Gastam demasiada energia a criticar e a julgar atitudes e comportamentos de outros. Cruzam-se com as pessoas na rua e em vez de as olharem nos olhos ou pelo menos no rosto e verem como se sentem, se estão alegres ou tristes, se lhes poderão prestar a sua solidariedade, não! Preferem reparar como vão vestidas ou com quem vão. Quando estão com alguém a quem têm amizade, em vez de aproveitarem para abrir o coração e aliviar as tristezas e desilusões que por vezes carregam, não! Gastam o tempo a falar de atitudes e decisões de outras pessoas. E pior ainda, além de julgarem, condenam sem dó nem piedade. 
Recordo-me que já na minha adolescência não pactuava com estas atitudes e muitas vezes acabava também por ser julgada e condenada por isso. Não aceitava discriminações e por vezes ia até mais longe, dava-me com colegas que dela sofriam. Nunca nada se me pegou e sempre fui dona  e senhora da minha cabeça, dona da minha vida e livre de tomar as decisões que a minha consciência me ditava. Mas irritava-me e revoltava-me! 
Hoje com mais aprendizagens feitas, já não me revolto nem me irrito e procuro ser tolerante com a intolerância dos outros. Sorrio e penso que quem tem acesso ao seu interior profundo, apenas ama tudo e todos que o rodeiam, é tolerante, respeitador das decisões dos outros e tem compaixão para com aqueles que tomam decisões erradas, mas nunca os julga ou condena. Aliás as religiões fazem-nos crescer com o medo da condenação de Deus. Talvez por isso muitas pessoas são descrentes. Deus é amor e se é amor não julga  e muito menos pode condenar!
Hoje acredito que viemos a este mundo para experiênciar diversas situações e que cada um é livre para fazer as suas escolhas. Há quem diga até que antes de reencarnarmos, escolhemos logo aquilo que vamos vivenciar... Não sei, quem sabe? As consequências, boas ou más que daí advierem, cairão por inteiro em quem escolhe esses caminhos. Quando essa escolha não assenta em traição, mentiras...quando é feita em plena liberdade, porque não? Quem tem direito a julgar e mais ainda a condenar? Se for uma escolha inconsciente, apenas devemos sentir compaixão por quem não aprendeu ainda a respeitar o seu semelhante.
Diz-se que quem julga, será julgado e quem condena, será condenado. Não sei se assim será, mas se assim for, estarei fora desta trama. Mas mesmo que assim não seja e se um dia alguma decisão minha, já tomada ou a tomar, vier a ser motivo de julgamento ou condenação, isso não me afetará, porque tal como desde sempre, sei que foi ou será sempre uma decisão consciente, cujas consequências apenas recairão sobre mim.
Para quem ainda não aprendeu a ser tolerante, deixo um conselho: Olhem para dentro de vós e busquem a vossa fonte de amor e vivam a partir dela, amem os outros com as suas qualidades e seus defeitos, ou pelo menos respeitem-nos, olhem em redor para apreciar as coisas belas que a vida tem e tomem as vossas decisões em consciência, em liberdade, sem medo de censuras, julgamentos ou condenações. 
Desculpem se feri sensibilidades, mas este é um gesto de paz e de amor!

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