quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Frutos da Minha Árvore

Há muitos anos plantei uma árvore! Não a plantei sozinha, tive a ajudar-me outras mãos, outros braços e outro coração. Esta minha árvore, ou devo dizer nossa árvore, foi plantada a dois. E a dois foi tratada e a dois foi regada e muito cuidada, como se de um tesouro se tratasse. 
De vez em quando, algum esquecia-se de a regar, mas o outro sempre se lembrava e por isso ela cresceu forte e saudável, enriquecida pelos sentimentos e emoções que partilhávamos enquanto dela cuidávamos. A poção mágica com que a alimentávamos era uma mistura de carinho, de ternura, de amizade, de respeito, de tolerância, de companheirismo, de amor e paixão. 
Logo que  as suas raízes ficaram bem presas à terra, começámos a sonhar com o seu primeiro fruto e cheios de emoção e ternura, esperávamos ansiosamente o momento em que brotasse a primeira flor. 
Um dia ela desabrochou e os risos misturaram-se com as lágrimas! A alegria, a felicidade e a emoção falaram mais alto! 
Depois a flor virou fruto e quando ficou completo, podemos vê-lo por inteiro, podemos tocá-lo e cheirá-lo. Quanta emoção! Um fruto feito de nós! O primeiro, gerado pela nossa árvore do amor! Lindo, tão lindo! Um fruto que se via, ia ser forte e queria ganhar o mundo, aquele mundo que nos faz falta, o mundo dos sonhos, dos afetos, do amor, da alegria e da felicidade!
Anos mais tarde, apanhados desprevenidos a nossa árvore presenteou-nos de novo! Não demos pelo desabrochar da flor e quando nos apercebemos o fruto já vingara! Quando soubemos que a nossa árvore estava de novo a frutificar, a emoção não foi menor! A força que nos cresceu no peito, fazia-nos tanta falta no momento! Dependíamos dela para alimentar a nossa árvore e para nos alimentar a nós, que nos encontrávamos vergados pelas agruras da vida. 
Por isto este fruto foi especial!
 E como o outro cresceu, ficou completo e ganhou vida nos nossos braços, para ser guiado pelas nossas mãos e aprender a conhecer as riquezas da vida, pela cartilha dos nossos corações. 
Há muito que os meus dois frutos se soltaram da minha árvore, de que também há muito cuido sozinha. Enche-me de felicidade vê-los a criar ou a planear criar a sua própria árvore que desejo seja robusta e linda como a que lhes deu vida. 

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