quinta-feira, 3 de abril de 2014

Quem Sou Eu?



Dou por mim muitas vezes a pensar quem sou eu afinal e que missão me trouxe aqui a este mundo.
Recordo a criança feliz e activa que fui e a adolescente complexada, que se encheu de medos, de insegurança, que se sentiu rejeitada e que por isso se deixou contaminar pela necessidade de agradar aos outros, como forma de ser aceite.
Depois, tive a sorte de encontrar quem me apreciasse como eu era, quem  descobrisse em mim qualidades que eu não sabia que tinha, que me fizesse sentir feliz.
Não foi uma relação sem mácula, como nada é perfeito nesta vida, mas dentro de imperfeição normal, foi perfeita. Foi uma relação de entrega, de companheirismo, de partilha, de respeito, de muita amizade, de muito carinho e de muito amor.
Mas como tudo deste lado da vida é efémero, o tempo para estarmos juntos esgotou-se e ficámos separados. Ele partiu mais cedo e eu fiquei vazia, rasgada por dentro e sem vontade de continuar. Durante ANOS, o meu sonho maior era com a minha partida para o lado de lá.
Manteve-me de pé o gosto pelo trabalho que fazia, o começar a dar de mim a quem tinha ainda menos que eu e o não querer ser cobarde e abandonar os meus filhos, quando eles ainda dependiam de mim.
Mas o sofrimento purifica-nos, abre-nos para aquilo que é realmente importante, faz-nos apenas SER, viver de acordo com a nossa essência.
Hoje penso que sempre fui assim como sou hoje, só que deixava-me sufocar pela necessidade de agradar aos outros, de eles apoiarem as minhas atitudes e isso condicionava as minhas decisões.
Mas sempre fui assim!
Aos 16 anos, fazendo valer a minha vontade, fiz a minha grande escolha...
Sempre desvalorizei a parte material, bastando-me o essencial para uma vida digna.
Sempre coloquei à frente o lado de dentro das pessoas em vez do aspecto exterior ou da sua posição social e financeira.
Nunca me deixei contagiar pela intolerância com que se critica e julga decisões alheias.
Hoje sou como sempre fui, mas sinto que subi mais um degrau na escada da evolução.
Deixei de ter medo das minhas escolhas, decisões e atitudes não serem do agrado de outros. Decido como preencher cada minuto do tempo que me é oferecido a cada dia, de forma consciente e de acordo com a minha vontade e com a simplicidade que sempre me caracterizou.
Hoje sinto-me feita de Paz, de Alegria e de Amor e sinto uma vontade imensa de fazer os outros felizes, ou pelo menos aliviar as suas dores.
Hoje amo tudo aquilo que me rodeia, encantando-me com a beleza que se pode descobrir em todo o lado.
Hoje, se tenho algum propósito, é o de me sentir feliz durante o máximo de momentos possíveis e julgo que este deverá ser o propósito de todos os seres humanos.



Sem comentários: