segunda-feira, 3 de junho de 2013

Reaprender a Ser Feliz

Durante anos duvidei que um dia voltaria a desejar ser feliz e mais, nem sequer equacionava a hipótese, mesmo que remota, de o conseguir, mesmo que viesse a ambicioná-lo.
Mas com o tempo fui descobrindo e aprendendo. Com ele aprendi que tudo muda e que também nós passamos a olhar o que nos cerca com outros olhos e com outro sentir.
Talvez mais por instinto de sobrevivência, não sei qual o dia, ou o momento em que decidi que não queria apenas manter-me viva, queria viver.
Queria que os meus olhos se abrissem à contemplação da vida, que os meus ouvidos ouvissem o que estava cá fora, queria voltar a sentir os aromas e queria que o meu coração se abrisse à alegria, à emoção e quem sabe, à  felicidade.
Desde esse dia, ou desse momento iniciei este caminho sem fim à vista, em busca da felicidade, ou pelo menos da paz e da alegria
Não procurava uma felicidade de cores intensas e ofuscantes, contentar-me-ia com uma felicidade leve, de cores pálidas e suaves.
A partir desse dia rumei em busca do saber que me ajudasse a seguir este plano que ousei traçar.
Determinada, sigo esta viagem feita de avanços e recuos, de paciência e desânimo, de momentos de alento e outros de cansaço.
Sigo amparada pela certeza de que não vou desistir, pois após cada queda, será sempre tempo de me erguer de novo, limpar feridas e seguir adiante.
Sigo também consciente de que para continuar neste caminho ladeado pela alegria, paz e felicidade, apenas me devo focar no presente, no agora e ir lançando ao meu redor sementes do amor que carrego dentro de mim.
Hoje sei que as dores do passado, são meramente psicológicas, porque nada daquilo está já a acontecer. Aceitei a prova mais dura a que a vida me submeteu, apesar de ainda em muitos momentos de desânimo, uma nuvem de saudade e tristeza se abater sobre o meu coração.
Também  aprendi que o medo em relação àquilo que o amanhã me poderá trazer ou não, só me faz mergulhar num mar de ansiedade sem sentido. Para que hei-de sofrer por algo que nem sei se vou vivenciar?
Por todas estas razões, porque gosto muito de mim e quero sentir-me bem no máximo de momentos possíveis, procuro viver todo o tempo que puder no Agora.
Por vezes dou comigo de peito apertado e procuro imediatamente a causa. Já a descubro rapidamente. Ou estava presa nas teias do passado, ou vagueava por esse futuro desconhecido. Então respiro fundo e digo:
- Luísa, ouve e sente o que está a acontecer agora!
E logo as minhas mãos sentem o que estou a tocar, aos meus ouvidos chegam os sons que me cercam e aos meus olhos, as imagens daquilo que me rodeia.
Assim me livro da angústia do passado e da ansiedade em relação ao futuro e é assim que vou conseguindo ser feliz, sempre apoiada pelos sorrisos e afagos que chegam até mim, pela infalível lei do retorno.
Deste modo sigo nesta  viagem da redescoberta da felicidade, de peito aberto à vida, sem grandes planos nem objectivos. 

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