sábado, 15 de junho de 2013

Poesia do Sr. Sérgio Albino

O Xaile de Minha Mãe

O Xaile de minha mãe querida
é tão velho e tão rasgado
que mesmo assim ainda serviu,
para eu andar agasalhado.

Um trapo já desvaído,
para mim serviu de manto,
pelo frio que eu tinha tanto,
só com ele dava dormido.

Pequeno  e pouco sentido
passei assim esta vida
sem ter roupa nem comida
e nem brinquedos para brincar
não deixo de recordar
o xaile de minha mãe querida.

Do pouco que podia acariar
fazia para eu comer
e desejando de eu crescer
e para eu me por a andar.

Quando me ouvia chorar
corria estava ao meu lado
No colo eu era bandeado
e mamando o leite do peito
desembrulhava com tão bom jeito
o xaile de minha mãe querida.

Muito se sacrificava
para matar meus desejos,
no rosto dava-me beijos
o que por vezes não chegava.
porque quando para mim olhava
sempre com pouca alegria

Por vezes ainda mais comia
mas não tinha para me dar
mas o que alguém não queria usar
para mim ainda servia.

Deus a a mim só me ofereceu
metade do meu amor
porque eu nunca senti o calor
doutro colo que era meu.

Minha mãe é que mo deu.
trapos velhos já usados
novos não dava comprado,
porque comigo eram três filhos
era já tão velho,
e sem ter cadilhos,
onde eu andava embrulhado.

Sr. Sérgio Albino - Aldeia do Cano

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