domingo, 14 de outubro de 2012

Domingo Diferente

Hoje decidi fazer um domingo diferente, pelo menos com uma manhã diferente!
O domingo é o tal dia em que me apetece ficar em casa, ficar sossegadinha no meu canto, no entanto quando chega à tarde começa a crescer-me uma melancolia muitas vezes inexplicável que me dá um nó no peito. 
Na minha fase mais difícil, quando os domingos eram um autêntico calvário, descobri uma estratégia que aliviava esse pesadelo. Guardava o máximo de tarefas para esse dia, cansando o corpo até onde desse.
Bem, mas hoje tracei outros planos!
Levantei-me cedo e fui à Feira da Horta a Milfontes onde fiz umas comprinhas frescas e saudáveis.
 A seguir a uma visita familiar fui ver o mar! Como a maré estava baixa, decidi caminhar pelo areal, desde o rio até onde o mar consentiu. Hoje não sei qual tinha maior beleza, se o rio se o mar. O rio estava lindo, espelhando o céu e tudo aquilo que o rodeava! Sereno como só ele! Quis identificar-me com a sua serenidade, mas achei que não podia estabelecer essa analogia. Havia cá dentro um "burburinho", embora sem motivo aparente. 


Depois deste agradável passeio  segui viagem e fui até ao campo. Fui ao pinhal recolher pinhas para a lareira.
Quase tanto como o mar, o campo tem também um poder enorme sobre mim, desenrolando o tal novelo que por vezes se forma no peito, desatando o nó que me aperta o coração e permitindo que o ar se torne leve e desça sem doer. 
Há quem diga que não devia ir sozinha para tais lugares e eu digo que nunca ando sozinha, estou sempre comigo mesma, com a força que existe dentro de mim e protegida pelo céu.
Respirava-se tranquilidade! Deixei-me contagiar pela melodia sublime e relaxante do chilreio dos pássaros. Que paz!
Num instantinho juntei um monte de pinhas! 


De regresso a casa ainda parei na Venda Fria e trouxe um pão bem quentinho! Pelo caminho já vinha a salivar, imaginando o paladar gostoso de uma fatia com a manteiguinha a derreter...
Esta manhã rendeu mesmo! 
Ao menos foi um domingo com uma manhã fora do comum.
Por vezes não sabemos tirar partido do que temos ao nosso alcance, daquilo que está mesmo ali, perto das nossas mãos e que é o suficiente para nos reconfortar por dentro e ainda é livre de impostos.
Que os nossos governantes não me ouçam, porque caminhar pela praia e pelo campo ainda está ao alcance da maioria. Apesar do preço dos combustíveis, julgo que fica mais barato e é sem sombra de dúvida mais  salutar do que tomar antidepressivos, ansiolíticos...


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