O Trigo
Com todo o meu merecimento
vou ao altar de sacramento
e tenho um valor profundo.
Com todo o meu merecimento
vou ao altar de sacramento
e dou alimento ao mundo.
Para que eu de baga
hei-de ser grão
Deus me deu essa virtude,
é para que toda a gente cuide
que é de mim que se faz o pão.
À terra me deitarão
e ali me verão nascer
e ali me hão-de vir ver.
Com todo o meu merecimento
no altar de sacramento
não sou Deus, mas hei-de ser.
Deitarão-me no crescente
e no alguidar e no forno
cresço a dobrar
no caldo ainda hei-de crescer
com todo o meu merecimento
no altar de sacramento
eu não sou Deus, mas hei-de ser.
Com todo o meu merecimento
vou ao altar de sacramento
e digo aquilo que sei.
Com todo o meu merecimento
vou ao altar de sacramento
e vou à mesa do rei.
( D. Maria Inácia tem 83 anos de idade e tinha bem memorizados estes versinhos)
Os versos foram transcritos na íntegra, sem alteração de formas verbais.
Eles retratam as várias utilizações do trigo, desde a alimentação até ao seu uso nas cerimónias religiosas.
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