sábado, 3 de agosto de 2013

Poema - Moinho Abandonado

És moinho abandonado,
eu não sei porque razão,
tanto trigo que moeste,
farinha para fazer pão.

Foste obra de raíz.
de concluído foste novo,
e serviste tão bem o povo
e estavas dado à matriz.

Ainda existes no país,
mas eu vejo-te desprezado.
Vais estando danificado,
que as fendas estão a abrir
e dá-me pena de te ver cair,
moinho abandonado.

Só já tens  as verticais,
o que era em madeira, estragou
e chapas e ferro enferrujou
e não voltas a moer mais.

Terrestes são os sinais,
que me deixam no coração,
ao ver as mós cá no chão,
que rolavam junto ao veio
e eras bonito e estás tão feio
e eu não sei porque razão.

Já não tens varas, não tens velas,
não tens mastro, não tens torre,
perdeste todo o valor,
não tens portas nem janelas.
És das moagens tão belas
que no alto do cerro existia,
tinhas tanta freguesia,
que aí iam muita  vez,
de trigo e milho por mês
muita farinha fazias.

O quadro de engenharia,
é que para ti podia olhar,
hoje servias para tirar ,
pontos de alta valia.
À frota aérea servia
para sinal de orientação
mas como tu estás, é que já não
que nunca mais foste caiado
e já não voltas a dar fabricado
farinha para fazer pão.

Sr. Sérgio Albino - Aldeia do Cano


Sem comentários: