sábado, 27 de julho de 2013

A Cigarra e a Formiga (Poesia)

A Cigarra e a Formiga

Tendo a cigarra em cantigas
passado todo o Verão
achou-se na extrema penúria
na tormentosa estação.

Não lhe restando migalha
que trincasse a tagarela,
foi valer-se da formiga
que morava perto dela.

Rogou que lhe emprestasse
pois tinha riqueza e brio,
algum grão com que manter-se
até voltar o seu estio.

Amiga, diz a cigarra,
 prometo à fé do animal
pagar-lhe antes de Agosto
os juros e o principal.

A formiga nunca empresta,
nunca dá, por isso junta
No Verão com que lidavas?
À pedinte ela pergunta.

- Eu cantava noite e dia,
 toda a hora.
- Cantavas?
Pois dança agora!

(D. Engrácia - Lar de Colos)





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