sexta-feira, 22 de março de 2013

Lembranças de Colos (cont.)

Pensar a Vida

Mote
Pensei, que pensar a vida
não dei a vida pensada.
Não pensei  a vida bem,
pensando, não pensei nada.

Eu pensei naturalmente
que o pensar, é que valia.
Pus-me a pensar um dia
no pensar da outra gente.
Pensei daqui ao diente,
eu vou pensar à medida,
pensei uma coisa parcida
e estava de caso pensado
pensei que pensar a vida,
pensei e fiquei enganado.

Pensei o mais natural,
pensei com toda a certeza,
pensar bem não é   fineza
quando não se pensa mal.
Pensei uma coisa tal,
pensei até de manhã.
Pensei não há mais ninguém
que pense neste período.
mesmo  pensando isto tudo
não pensei a vida bem.

Pensei de livre vontade
que a pensar ninguém me obriga.
Há quem pense e até diga
que o pensar não é verdade.
Pensei que era a liberdade,
saiu-me  a  conta  furada.
Não pensei a tabuada
nem coisa que se  pareça
e já me doía a cabeça
mas não dei a vida pensada.

Pensei ao longe e ao perto,
pensei de toda a maneira.
Pensei não batia certo.
Pensei uma grande asneira.
No arraial de uma feira
pensei que  havia tourada.
Pensei que à porta fechada,
tinha que tirar bilhete,
não pensei que se aproveite.
Pensando, não pensei nada.

D. Idália recordou mais uma poesia do seu pai.




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