quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Lidar com o Corpo de Dor

Hoje tive a oportunidade de lidar com o meu corpo de dor. Este é desencadeado sempre que alguma coisa me faz lembrar dores de situações de vida que vivenciei no passado.
Hoje passei por uma prova de fogo, mas tive uma oportunidade para testar que, de alguma forma,  já consigo pôr em prática aquilo que os livros me têm ensinado. 
Ontem, olhando dentro de mim, observei o medo a crescer, por ir presenciar uma situação dolorosa, idêntica à que eu tinha vivenciado há anos. Ver alguém próximo a passar pela mesma dor, só podia desencadear o meu corpo de dor e avivar o meu sofrimento. Tive a tentação de me proteger e manter-me distante. Porém ao pensar nos gestos de carinho e apoio que tantas vezes recebi desta amiga, achei que não seria justo deixá-la sem o meu abraço. 
Meditei, mantive-me alerta em relação às emoções e vi que a dor que sentia era mais a minha dor, aquela já bem antiga.
Repeti várias vezes: Luísa, Agora está tudo bem! Já tudo passou há muito tempo! Já aceitaste o que passou, já alcançaste a paz e o teu amor também está em paz, do outro lado da vida. Podes estar triste e até podes chorar de tristeza pelo que aconteceu, mas não é contigo, não és tu. Tu estás bem e estás protegida! 
Ao sentir-se observado, o corpo de dor acabou por desaparecer e eu pude usar essa energia para ganhar coragem e estar presente.
Hoje, apesar de triste e do coração se apertar de vez em quando, consegui serenar e sempre que o quadro da minha dor surgia diante de mim, fechava os olhos, respirava fundo, sentia a energia dentro de mim e em pensamento enviava-a àqueles que estavam em sofrimento, para que a força se lhes regenerasse, de modo que  pudessem suportar tão violento sofrimento e tamanha dor!
Àquele que partiu, formulava o desejo de que a sua viagem fosse suave e que no reino que o esperava reinasse a paz.

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