domingo, 11 de novembro de 2012

Reflexão

Nunca deixarei de lamentar a perda irreparável que tive. O companheiro que Deus ou o Universo me emprestou e que eu amei com um apego tal, que passei todo o tempo em que o tive aqui do meu lado, com medo de o perder.
Devia tê-lo amado como se ama algo de muito precioso que nos emprestam por um tempo. Cuidamos com todo o cuidado e estamos alegres e felizes por poder desfrutar dela por um tempo...
Mas na minha relação não foi assim! Eu temia que alguma coisa acontecesse, quase jurava que um dia iria perdê-lo...
Quando nos namorávamos, levei um bom período para acreditar que ele me amasse. Hoje analisando conscientemente essa situação não sei se era porque não me achava merecedora de ser amada, ou se já tinha medo de uma perda futura. É a tal ideia de que se não tivermos, não perdemos...
Como referi acima, nunca deixarei de lamentar o que aconteceu e mais ainda o estado de plena insconciência em que vivia então. O medo do futuro subjugava-me e impedia-me de viver o presente, o Agora! Porém estou certa que foi o sofrimento pelo qual passei que me fez despertar. Cheguei a um ponto que praticamente toda a energia que gerava era alimento para o sofrimento. Digo praticamente, porque a restante era entregue durante o meu trabalho. Acredito que era na minha atividade com os miúdos que eu conseguia estar presente, que conseguia ir lá dentro e dar o melhor do meu interior profundo. Só assim se explica que durante tanto tempo de depressão, eu tenha trabalhado sempre e em tantos momentos tenha sentido uma alegria tão grande dentro de mim. Quando os via motivados e alegres durante o trabalho, eu sentia brotar de mim um amor imenso que me trazia lágrimas aos olhos. Eles eram como que um oásis no meio do deserto árido em que eu vegetava.
A dor era tremenda, não dava para suportar! Estava no limite e foi aí que se iniciou a busca pela salvação. Primeiro a psicoterapia e depois já de pé e preparada para dar pequenos grandes passos e a conseguir continuar a dar vida à parte física e a domesticar os pensamentos, comecei em busca de alimento para o espírito.
Pelos caminhos da leitura, encontrei-me com a sabedoria de Eckhart Tolle, Deepak Chopra, Louise L. Hay, Osho, Brian Weiss, que me despertaram para a verdadeira essência do ser e para a verdadeira alegria que está dentro de nós que podemos sentir quando observamos as coisas simples e belas que nos cercam e quando damos o nosso amor e perdoamos os outros.

1 comentário:

hafonso disse...

O sofrimento faz-nos aprender muitas coisas. Temos que tentar viver todos os dias com entusiasmo e um dia de cada vez. Não é tarefa fácil, mas temos que tentar todos os dias.