sábado, 3 de novembro de 2012

Minha Casa, Meu Ninho, Meu Abrigo

A minha casa é o meu cantinho preferido, o meu abrigo, o meu refúgio!
Quem me conhece bem, sabe que não me prendo a bens materiais, mas o modo como vejo a minha casa está para além do que material ela pode valer. O meu cantinho é mais um bem de inigualável valor sentimental.
Ao longo dos tempos as suas dimensões variaram no meu conceito e na minha forma de a sentir.
Houve tempos em que a sentia como um ovinho a estalar, de tão cheia que estava. 
A pouco e pouco foi sobrando espaço, mas continuava a não a sentir demasiado grande.
 Porém, a partir de certa altura, além de a sentir grande, tinha a perceção de que as paredes se afastavam, as divisões tomavam proporções astronómicas e eu sentia-me minúscula e perdida naquela imensidão de espaços vazios que se me afiguravam dantescos e tenebrosos, que de repente se fechavam e quase me sufocavam. Muitas vezes via-me forçada a sair à rua para poder respirar.
Quando regressava do trabalho e metia a chave na fechadura, já o pânico criara raízes no meu espírito e eu sabia que ao rodar a chave encontraria o tal ar denso que não descia e aquela imensidão gélida que me fazia tremer de frio e principalmente de terror.
Com o passar do tempo, as paredes deixaram de mexer e eu volltei e redescobrir nela um espaço acolhedor.
Comecei a senti-la como  um imenso livro recheado de memórias!
Cada canto afigura-se-me uma página e cada uma delas conta histórias de momentos, uns maravilhosos, outros não tão bons e outros bem tristes, mas todos eles fazem parte de mim e me tornam inteira. 
Tenho dias que olhando cada canto, sinto-me numa sala de cinema, por onde vai passando o filme da minha vida e de acordo com cada cena, assim sorrio, dou risadas, ou me entristeço, choro de emoção, de saudade e por vezes de dor. 
Porém estou a reaprender a sentir a minha casa e a vê-la como um espaço de paz e de harmonia! 
Para isso preenchi os cantos que me traziam de volta a tristeza e a dor, com livros, música e recordações dos momentos felizes! Para me tornarem leve o espirito, visualizo neles imagens que me falam das belezas do mar, do céu azul com sol radioso e enfeitado de nuvens que apelam à fantasia, durante o dia e com  a magia do luar e de estrelas cintilantes, durante a noite; da beleza dos campos perfumados e floridos e de todas as coisas belas e puras que continuam aqui, para me encantar e alegrar a vida. Preenchi todos eles com coisas que me falam de amor, que falam do Agora, de modo que a minha casa seja cada vez mais o abrigo onde eu possa respirar paz e serenidade, onde me sinta segura e possa deixar vir acima toda a minha essência.  E com o tanto que me sinto bem neste meu canto, neste meu ninho, apesar da minha capacidade sonhadora, tenho alguma dificuldade em inventar sonhos em que me veja fora dele!

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