Não tenho quem me
domine
Estou na minha
liberdade
Enquanto tiver juízo
Deixem-me andar à
vontade!
Eu não tenho por quem
mande
O meu bem é uma
lembrança
Mandarei no meu
sentido
Já a cabeça não
alcança
Não cuides que só me
lembro
Quando te vejo a meu
lado
As saudades de longe
É que me têm matado!
Quando eu me assomo à
porta
Lanço os olhos à
verdura
Vejo bandear a erva
Meu amor se me
afigura
Ora viva, para que
viva
Quem agora aqui
chegou
Eu estava para me ir
embora
Agora já me não vou!
Não há luz que mate o
sono
Nem flor como a urtiga
O meu gosto é ver-te
sempre
Ainda que eu nada te
diga!
Os beijos do pai são
doces
E os da mãe mais
doces são
Os beijos da minha
amiga
Não têm comparação!
Oh meu amor, se eu
pudesse
A toda a hora te
estar vendo
Não vejo mas estou
pensando
Sempre me estás
entretendo!
Oh meu amor se eu
pudesse
Falar contigo uma
hora
Vejo que não pode ser
A alma do meu peito
chora!
Estes versos foram
recolhidos quando a D. Beatriz (à direita) tinha 96 anos. Esta senhora ficou
impossibilitada de frequentar o Centro de Dia, após uma queda.
2 comentários:
obrigado pela homenagem :-) ela sabia tantos, todos na ponta da língua, agora a memória já vai falhando mas mesmo assim de vez em quando lá vai dizendo um ou outro.
Beijinhos e Parabéns pelo blog
Susana
Eu é que me sinto honrada de ter podido conhecer e conviver com uma pessoa tão sábia. Tenho alguns até gravados. Beijinhos
Enviar um comentário