domingo, 22 de dezembro de 2013

Os "meus meninos"

Talvez porque estamos no período de Natal que senti vontade de reflectir sobre a minha relação tão especial com os "meus meninos"!
Esta é sem dúvida uma relação de amor e de partilha e por isso tem tudo a ver com o espírito natalício.
Só que para amar e partilhar, não é preciso esperarmos que o calendário anuncie que é Natal. Natal deveria ser todos os dias, ou melhor dizendo, todos os dias deveriam ser dias de dar amor e de partilhar aquilo que temos de sobra.
Pensando bem, todos temos algo que nos sobra, que não nos faz falta. Podem ser bens alimentares, pode ser dinheiro, mas também pode ser apenas umas horas do nosso dia, ou um pouco de amor e carinho dos nossos corações.
Tudo pode ser partilhado e por vezes um pouco do nosso tempo para dar atenção, para ouvir, para fazer um carinho, para dar um abraço, para segurar a mão é o que de mais valioso podemos dar a quem não tem fome nem sede e apesar de ter pouco dinheiro, este é-lhe suficiente para aquilo que precisa.
Assim é a  minha relação com os "meus meninos"!
Com eles partilho um dos meus bens mais preciosos - o meu tempo. Nesse tempo que estou com eles dou-lhes aquilo que brota da fonte inesgotável que tenho dentro do peito e que não custa dinheiro. Por vezes levo-lhes um miminho para lhes adoçar a boca, mas sei que o que eles mais agradecem é aquilo que lhes dou e lhes adoça a vida. 
Também eles não se ficam atrás em dádivas! Eles abrem para mim a sua torneira de sabedoria e abrem-me os seus lábios em sorrisos e as suas bocas em risos. Se eu chego de mãos frias, seguram-mas e partilham comigo o seu calor, aquecendo-as... Nesses momentos não há palavras para descrever o que sinto... 
Há quase nove anos que dura esta partilha de saberes e de afectos. Muitos já partiram para o outro lado da vida, mas do grupo inicial ainda se mantêm uns quantos que com o decorrer do tempo me foram entrando fundo no coração e sei que não será fácil despedir-me deles um dia... Em parte, são também a minha família e muitas vezes vejo-me a partilhar com eles as alegrias e as tristezas que acontecem na minha vida. E quando lhes falo de alegrias, seguram-me nas mãos, sorriem e dizem-me que eu mereço ser muito feliz... 
Amo muito esta minha família do coração, que nos últimos anos foi alargando!  Sinto uma necessidade premente de  proteger estes meus meninos de cabelos brancos, e tenho por todos eles um enorme respeito pelo que são e pelo que foram.






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