A capa que meu pai comprou
toda a sua vida a usou.
Feita com tecido forte,
vestida, quase aos pés chegava,
por isso o povo lhe chamava,
em vez de capa, capote.
Para mim também serviu
agazalhando-me do frio.
Na minha cama deitado,
servindo de cobertor,
era tão bom o calor,
desse capote sagrado.
Com os anos ficou desbotado,
algumas partes rasgado,
acabou sem duração,
mas esquecê-lo não consigo,
ficando sempre comigo,
a doce recordação.
Uma noite comovido acordei,
porque com ele sonhei,
um sonho de grande afecto.
Sonhei que o estava a pôr,
com muito carinho e amor,
na cama do meu querido neto.
Sr Custódio Ramos - Aldeia do Cano
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