Poema dedicado ao aniversário dos seus 91 anos
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Adeus Oh vila de Colos Já fui novo, já sou velho
No Concelho de Odemira Tudo acontece na vida
Tens aqui um belo Lar Já estou muito esquecido
É verdade, não é mentira. A memória está perdida.
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Antigamente não havia Eu nunca pensei na vida
Esta casa que é um Lar Vir viver para um Lar
O idoso ia pedir de porta em porta Mas o destino fez-me a partida
Para se alimentar. Tive que me aguentar.
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Hoje fiz 91 anos Aqui atrasadamente
Ninguém mos deu, ninguém mos tira No tempo da escravidão
Creio que não há enganos Andava tudo contente
Até me parece mentira. Muitas vezes sem ter pão.
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A idade tudo tira Oiço mal e vejo pouco
O ouvido e a visão Tudo vai desaparecendo
Até nos parece mentira Só me falta é ser louco
Deixa-nos na solidão. Pelo jeitos que estou vendo.
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Tive uma casa de muita gente Estou contente de ser velho
Muitos filhos e mulher Contente de ser quem sou
Hoje vivo independente Contente de ter bons filhos
O destino assim o quer. De ter netos, ser avô.
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Ai do pobre o que seria Tive uma casa de muita gente
Se não houvesse um Lar Hoje vivo aqui num Lar
Era o idoso que sofria O que será daqui para a frente
Porque não podia andar. Ponho-me às vezes a pensar.
Joaquim Silva - 2011
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