Vamos então continuar o relato da vida do Sr. Joaquim Silva.
No dia 11 de Março de 1946 casou e à medida que o tempo foi passando nasceram os seus 4 filhos. Como o seu ordenado bruto era de apenas 300$00 e como não tinha terra para semear, a vida era muito difícil. Ao fim do mês, o dinheiro que recebia não dava para pagar as dívidas.
Então decidiu fazer um requerimento para mudar para um cantão onde tivesse terras que pudesse semear, para assim fazer face às dificuldades da vida.
Veio então para as Brunheiras. Aí começou a semear a terra ao domingo, plantando batatas, milho e feijão e a vida melhorou.
Mas este senhor não se ficou por aqui. Como neste local havia muitos analfabetos, começou a dar escola nocturna, durante o Inverno a homens e mulheres. Havia muitos que queriam emigrar para a França e a Alemanha e precisavam ter o exame da 4ª classe.
Teve esta actividade durante 10 anos, levando ao exame da 4ª classe 90 alunos e ao da 3º classe 25. Diz que foi um trabalho muito útil, para ele, porque ganhava mais algum dinheiro, mas também para os alunos que puderam melhorar as suas vidas.
Em 1977 entrou para a Assembleia de Freguesia de Vila Nova de Milfontes, como secretário e em 1980, passou a fazer parte do Executivo da Junta, com a função de Tesoureiro, cargo que ocupou durante 10 anos.
Em 1983 entrou para a Comissão de Moradores de Brunheiras e depois de criada a Associação Cultural e Recreativa de Brunheiras, ocupou o cargo de Presidente Provisório da mesma.
Em 1984 foi criada uma Comissão de Reformados, nas Brunheiras, de que também foi presidente.
No documento em que me estou a basear, que foi redigido quando o Sr. Joaquim tinha 70 anos de idade, ele refere «Tenho trabalhado muito, em proveito de muitos, mas sei que parte destas coisas são desconhecidas, por quem me conhece». Então aqui fica o meu contributo, para dar a conhecer esta riquíssima história de vida e mais algumas poesias que publicarei, para dar a conhecer a outra faceta que ele não desvendou na narrativa que foi publicada no Jornal "Notícias de Odemira LOCAL Março/Abril 1992"
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