Há uma amiga que em criança perguntava ao pai o que era isso do Natal e o pai respondia-lhe que eram coisas antigas. O pai acabou por lhe dizer que era um velho que andava a descer as chaminés e deixar lá rebuçados. Ela sabia que algumas amigas punham o sapatinho à chaminé e
ela também queria, mas não podia porque andava descalça.
Um ano pôs uma
alpercata, mas não teve nada e o pai disse que o "velho" não
tinha escada para subir ao telhado. Ela ficou triste, porque as amigas
receberam rebuçados e perguntou ao pai, porque é que o "velho", tinha
conseguido ir às outras casas e a dela, não.
O pai disse que a chaminé
era pequena e ele não tinha cabido, porque era muito gordo. No outro
ano, voltou a pôr a alpercata à chaminé e de manhã tinha uns rebuçadinhos. Ficou muito contente!
Outra amiga recordou uma manhã de Natal que foi com a mãe ao "rabisco" da azeitona, que consistia em apanhar as azeitonas que tinham ficado no chão depois da apanha, ou seja as mais ruíns. Ela ficou triste por ter que ir trabalhar no Dia de Natal.
Uma amiga contou que na véspera de Natal, depois de se matar o galo para comer no dia de Natal, a mãe fritava a cabeça e as miudezas cortadas aos bocadinhos e era o que comiam ao serão, com um bocadinho de pão.
Houve outra que contou, ainda com alguma tristeza que um irmão tinha colocado "bonicos de burro" no sapato que ela tinha deixado à chaminé.
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