Ontem à tarde estive em Colos, como é habitual.
Como ia ter lugar a cerimónia religiosa mensal, alterei os meus planos de "trabalho".
Após cumprimentos, leitura de um pequeno conto e umas atividades de memorização de lengalengas e poesias tive que fazer uma pausa.
Enquanto durou a celebração, dirigi-me ao 1ºandar.
Neste piso encontram-se as pessoas que estão mais limitadas, mas não acamadas. É um espaço um pouco deprimente, em que após várias tentativas para tirar algumas pessoas do seu mundo irreal e confuso, acabo por não forçar e deixá-los lá, contentando-me com os momentos em que os trago para o momento que lhes estou a oferecer.
Para aquele grupo escolho sempre contos engraçados e provérbios mais conhecidos. Quando os vejo rir, sei que naquele momento estão ali e isso alegra-me e muitas vezes emociona-me.
Apesar de considerar que o ambiente pode ser deprimente, para mim não o é, de todo. Enquanto lá estou, tento concentrar-me no que é importante e sinto que nos momentos em que os consigo trazer de volta ao mundo real, que os faço rir, eles estão felizes e isso é o melhor que lhes posso proporcionar.
Há lá uma senhora, a D. Beatriz que vive num mundo de extrema confusão, mas que sabe de cor montes de poesias, sabe os provérbios todos e muitas cantigas. Desta vez recolhi uns versinhos para publicar.
Após a hora do lanche, voltei para baixo e em conjunto com a animadora orientei a realização de um painel com elementos da natureza.
Enquanto se fazia o trabalho e para animar o ambiente, cantámos umas cantiguinhas alentejanas. Foi engraçado e elas gostaram.
Este painel será colocado numa das paredes da sala.
Como ficou a secar, não tirei fotografia do painel depois de concluído, mas o projeto era este:
Após a conclusão do painel, ainda fiquei mais um tempinho, porque "as meninas" achavam que tínhamos feito pouca coisa.
Então ainda fizemos uns jogos rítmicos com repetição de batimentos e de palmas, como já tinha feito no Centro de Dia. Acharam engraçado e todas queriam inventar batimentos diferentes.
Para terminar e porque estava a ver que não me deixavam vir embora, ainda lhes li o conto " A princesa e o pobre aldeão", que me disseram ter sido o mais bonito de todos que já lhes tinha lido. Tal como costumo fazer, elas vão participando na leitura, respondendo a perguntas, completando frases que vou deixando com lacunas ...
E chegou a hora da despedida na qual recebo sempre os mesmos conselhos: para vir devagar e com cuidado! São uns amores! :)
Foi uma tarde longa, mas animada!
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