terça-feira, 11 de setembro de 2012

Atividades em Colos

Ontem foi dia de ir ao Lar de Colos! 
Como já estou recuperada do meu pequeno acidente, já consegui realizar o momento de Atividade Física. Depois de duas semanas sem esta atividade, já verifiquei algum cansaço e tive que aligeirar os exercícios. 
Ao longo da tarde li-lhes duas histórias "A Fé é que nos Salva" e "O Criado Pedro", da obra "Contos Tradicionais Portugueses" de Ana Castro Osório. Estas leituras foram como sempre alternadas entre a memorização de algumas poesias e lengalengas e algumas canções. Ontem cantámos 2 canções antigas: "Oh Mulher" e "José Aperta o Laço". As atividades de memorização realizam-se coletivamente e depois incentivo  a que o façam  individualmente, ajudando quem mostrar dificuldade. É divertido, porque elas não se importam com os enganos e até acham graça. 
Também lhes recitei alguns versos das "meninas" do Cercal e elas ensinaram-me outros para eu recitar no Centro de Dia. 
Fiz então a recolha de alguns versos sobre a vila de Colos, uns que já conheciam e outros que foram criados no momento. 
O tema que escolheram para conversarmos, foi os seus tempos de escola, apesar de apenas 3 delas terem frequentado a escola. 
A D. Engrácia contou que apenas entrou na escola aos oito anos. Embora a professora tivesse mandado recado à mãe, para a mandar aos sete, esta não deixou, porque não  a queria mandar para a escola descalça e não lhe podia comprar sapatos. Aos oito anos entrou então na escola, com umas chinelas feitas no sapateiro. 
Escreviam no quadro, onde aprendiam as letras e os números, tinham uma pedra para escrever e só faziam algumas coisas no caderno, onde escreviam com caneta de aparo, que molhavam num tinteiro com tinta. Depois usavam o mata-borrão, para a tinta secar e não sujar o caderno. 
A D. Engrácia diz que era uma boa aluna e passou todos os anos. Andou até à quarta classe, mas não fez exame, porque nessa altura tinham que ir a Odemira e ficava muito dispendioso. Era a viagem em carro de parelha e a pensão onde tinham que ficar entre a prova escrita e a prova oral. 
Embora a professora tivesse mandado recado à mãe a dizer que era pena ela não ir a exame, porque estava bem preparada, não foi possível.
 
D. Engrácia, de 86 anos e natural de Vale de Santiago

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